quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Paraíso do nada

@A


Aqui tudo é o que foi, tudo será o que é.

Os ponteiros do relógio são marcados pelo pequeno rato que morreu preso na persiana da tia Alexandra. Quando reparei, estava intacto, como se dormisse. Todas as vezes que voltei era ele a primeira coisa que queria ver... Hoje nem os ossos frágeis restam e eu continuo a voltar.
Tudo o resto fica, tudo o resto permanece.

Os passos que dei outrora são agora marcas no solo pobre, tal como a pedra que atirei ou o ramo que transportaste durante horas como se fosse o teu maior troféu... Tudo se mantém, tudo é passado e eu continuo a voltar.
Volto para o conforto do conhecido e deixo-me estar durante... sob o olhar atento daqueles que testemunham os meus regressos.

Pergunto-me: Agora que o pequeno rato desapareceu, ainda haverá tempo neste espaço?

...S

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hum...