quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Passeio

@S


Fui ao entardecer no campo.
Ofegante pela partida, desvanecida à chegada.
Deitei-me no chão por arar... E como é macio o meu estrado. Desço os dedos sobre a terra. Não me ouço e estou bem. Ao redor o barulho é intermitente. Um pouco de pássaro que volta, um pouco de cão que avisa.


Qual o sentido do sol?
Não o escuto, a não ser quando a areia e a água me invadem a boca.
Não o cheiro a não ser quando as espigas se espraiam pelo vento.
Não o toco, apesar de a minha mão se aquecer quando toco no teu rosto pela manhã.
Como a matéria a que dá vida mas não sei a que sabe.
Só o vejo e ainda assim não lhe chego para o definir.
Os ramos tingem-se de preto no teu adeus. Todos se resguardam.
E na tua descida lá se vai o meu último pensamento.


Amanhã falamos melhor.


...A

1 comentário:

  1. Á mesma hora.
    Para o mesmo lugar.
    Com a mesma vontade.
    Com a mesma companhia.

    Fui.

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hum...